Fique atenta nas passarelas da São Paulo Fashion Week!
Tecidos futuristas (sem cara de roupa de astronauta!), marca popular na passarela e grifes de todos o país num mesmo evento: a São Paulo Fashion Week celebra seus 20 anos mesclando novidades e, ao mesmo tempo, uma volta às origens.
O maior evento de moda da América Latina, que está acontecendo esta semana, tornou a concentrar nas passarelas marcas de todo o país — a exemplo do que acontece nas principais semanas de moda do mundo, como Paris e Nova York. Mesmo assim, nessa edição em que apresenta o inverno 2015, enxugou sua estrutura e o número de dias de desfiles — numa atitude condizente com o atual momento da moda brasileira, que apresenta boas novidades mas sofre para ser competitiva com o império “made in china”.
E para competir e ganhar espaço mundo afora nada melhor do que deixar de lado as cópias das passarelas internacionais, investir no DNA regional e mostrar a identidade da moda brasileira que, assim como seu povo, é criativa. Confira 5 destaques dessa edição da São Paulo Fashion Week.
1. À moda mineira
As marcas mineiras Pat Bo, GIG e Apartamento 03 que estreiam nas passarelas da principal semana de moda do país (Divulgação)
A moda mineira vive um bom momento: foge da mesmice e investe cada vez mais no seu estilo barroco, artesanal, repleto de estampas e bordados. E as marcas mineiras tem conseguido aliar suas características regionais a uma moda contemporânea, que pode ser usada em qualquer lugar do mundo. Bingo! Taí uma receita de sucesso, que vem sendo seguida por marcas como GIG, Apartamento 03 e Pat Bo, representantes da moda mineira no evento ao lado do veterano Ronaldo Fraga. Além de venderem em várias multimarcas por todo o Brasil (apenas Pat Bo e Ronaldo Fraga tem lojas próprias), essas grifes exportam para vários países, provando que uma moda com identidade e qualidade rompe as barreiras regionais.
2. Fast fashion em meio a grifes
Pela primeira vez a São Paulo Fashion Week recebe em suas passarelas uma marca popular: a Riachuelo desfila hoje, quinta-feira, sua coleção desenvolvida em parceria com a grife italiana Versace, com direito a presença da célebre estilista Donatella Versace no evento.
A sensualidade nas formas e as estampas icônicas da grife estão em peso na coleção que, como pude conferir, foi feita com capricho e veste bem. As peças estarão à venda a partir de amanhã (sexta, 7/11) nas lojas da Riachuelo. Um Versace ao alcance de todos, é democracia ou não é?
3. Tecidos inovadores
A moda hoje busca atender aos nossos desejos coletivos e um deles — se não o maior — é por praticidade, facilitar a vida. Inovações tecnológicas prometem nos ajudar nisso. A Colcci, por exemplo, trouxe à passarela do São Paulo Fashion Week a Power Skinny, linha exclusiva de jeanswear focada no conforto e tecnologia do material que, asseguram os criadores da grife, dá para ir do trabalho a aula de ioga — uma das práticas preferidas de Gisele Bundchen, garota propaganda da marca.
Já a Osklen, cuja pesquisa tecnológica está focada no desenvolvimento de tecidos mais sustentáveis, apresentou peças feitas com couro de pirarucu, seda com aspecto de lã e jeans com neoprene. A moda do futuro está, pelo jeito, nos tecidos!
4. Moda compartilhada
As redes sociais voltam os olhos cada vez mais para o universo da moda. No instagram a hashtag #fashion foi compartilhada mais de 50 milhões de vezes. Nessa edição da São Paulo Fashion Week há totens para fotos e uma sala especial para as modelos tirarem fotos e compartilharem (que venham as selfies!).
Já o Snapchat dá os seus primeiros passos no universo fashion nacional neste SPFW. O aplicativo, que envia fotos e vídeos temporários, foi a aposta da Colcci para aumentar ainda mais o burburinho em torno de seu desfile de Inverno 2015. Durante a apresentação a Colcci fez cliques direto dos bastidores e da sala de desfile para mostrar “a comoção de um desfile com a top número 1 do mundo e fazer com que cada pessoa se sinta na fila A”, nas palavras da marca. As redes sociais ajudando também na democratização da moda.
5. Bossa carioca em sampa
Principal produtor de moda praia do Brasil, o Rio de Janeiro deixou de sediar o Fashion Rio na apresentação das coleções de inverno e algumas marcas que desfilavam no Rio, como Patricia Viera, Sacada, TNG, 2nd Floor, Iódice e Acquastudio migraram para as passarelas paulistas. Essa união faz todos mais fortes, afinal, o São Paulo Fashion Week não é evento bairrista mas nacional e, a exemplo das principais semanas de moda do mundo deve apresentar o melhor da moda de todo o Brasil. Acaba a “rixa” e ganha a moda brasileira que pode mostrar o charme particular de cada região que, de acordo com seu lifestyle, produz um estilo diferente — mas que representa o país com todas as suas cores e formas. Em todos os sentidos.